Publicado em 27 de fevereiro de 2024 | Categoria: Notícias
A azitromicina, também conhecida como azitromicina di-hidratada, é um antibiótico da classe dos macrolídeos. De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF), a medicação atua impedindo que bactérias sensíveis à ela produzam proteínas – consequentemente, isso inibe o crescimento e a reprodução dos micro-organismos.
A azitromicina possui ação contra uma ampla gama de bactérias e, por isso, de acordo com a bula, é indicada para diferentes infecções bacterianas, como:
Apesar de poder ser usada para diversas doenças, o farmacêutico Roberto Parise Filho, professor no Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, conta que a azitromicina é mais utilizada contra infecções do trato respiratório.
Em resumo, o ideal é respeitar as orientações do médico. A partir da avaliação clínica de cada paciente, o especialista vai determinar por quanto tempo esse medicamento deve ser usado, por exemplo. Inclusive, a azitromicina só pode ser adquirida com pedido médico. De forma geral, segundo Parise, a azitromicina costuma ser administrada em uma dose por dia, podendo seguir por três a cinco dias.
Assim como acontece com outros antibióticos, é totalmente contraindicado utilizar o medicamento por um tempo menor do que o estabelecido. É que isso pode resultar em resistência bacteriana. “Por exemplo: se a pessoa tiver uma melhora nos sintomas e interromper o uso do remédio antes do indicado pelo médico, da próxima vez que ela precisar do medicamento, as bactérias poderão não ser mais sensíveis a ele, dificultando o tratamento”, explica o CFF, em nota.
Ainda segundo o órgão, a azitromicina pode ser administrada via oral ou pela veia, sempre de acordo com a orientação médica.
De acordo com o professor da USP, a azitromicina começa a fazer efeito em até duas horas após a ingestão via oral. “No entanto, a sensação de melhora pode aparecer após as primeiras 24 horas do início do tratamento”, completa.
Os efeitos colaterais mais comuns, segundo Parise, são os gastrointestinais, como náuseas, vômitos, diarreia e gases. “Além disso, algumas reações alérgicas podem aparecer, embora sejam raras”, pontua.
De acordo com a bula do medicamento, o uso da azitromicina é contraindicado em casos de:
Além disso, Parise destaca que pacientes com problemas renais ou hepáticos devem ter um cuidado especial ao tomar o medicamento. “Eles têm risco aumentado de toxicidade devido à diminuição da capacidade do corpo em processar e eliminar medicamentos. Trata-se de uma cautela necessária em relação a diversos fármacos, não apenas à azitromicina”, explica.
Não. De acordo com o CFF, a azitromicina não possui interação medicamentosa com nenhum contraceptivo e, consequentemente, não diminui o efeito dos anticoncepcionais.
Não. Assim como cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina, a azitromicina fez parte do chamado “kit covid”, grupo de medicamentos sem eficácia comprovada que foram associados ao tratamento da doença.
De acordo com nota técnica emitida pelo Ministério da Saúde em 2021 e atualizada em 2022, não há evidências científicas que demonstrem os benefícios do uso de azitromicina para os pacientes com covid-19 quando comparado ao cuidado padrão.
De acordo com o infectologista Márcio Nehab, como a azitromicina é um antiobiótico, ela serve para o combate de bactérias. A dengue, por sua vez, é uma doença causada por vírus. Ou seja, são agentes diferentes. “Vale ressaltar que o uso de qualquer medicamento sem indicação médica pode trazer riscos”, destaca o especialista.
Foto: Reprodução
Fonte: Estadão
Tags: antibiótico, azitromicina, cuidados, medicamento
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