Publicado em 23 de novembro de 2023 | Categoria: Notícias
No último dia 14 de novembro, foi celebrado o Dia Mundial do Diabetes, data que visa alertar a população sobre os cuidados e riscos da doença, além de aumentar a conscientização em torno desse tema.
No Brasil, cerca de 16 milhões de pessoas são acometidas pelo diabetes tipo 2,1 e o acompanhamento médico é fundamental, uma vez que a diabetes tipo 2 pode estar relacionada com outras enfermidades.
“Há uma série de complicações decorrentes da falta de controle ou diagnóstico prévio do diabetes tipo 2, como, por exemplo, a amputação. Se os indivíduos observassem seus pés, conseguiriam ter alguns indícios e procurar tratamento”, explica o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, o endocrinologista João Eduardo Nunes Salles.
O médico também ressaltou que o desafio de conscientizar a população mundial sobre os riscos é constante, uma vez que o diabetes é uma doença ‘que não dói’, ou seja, possui poucos ou quase nenhum sintoma. Entretanto, salienta que, felizmente, já existem mecanismos que evitam a sua evolução – quanto antes for feito o diagnóstico.
Diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares
As doenças cardiovasculares acometem cerca de 43% das pessoas com diabetes tipo 2 no Brasil.Além disso, 90% dos indivíduos com a condição e com doença cardiovascular estabelecida evoluem para doença cardiovascular aterosclerótica.2
Cerca de 10% desses pacientes utilizam o análogo do GLP-1 e as principais diretrizes recomendam o uso dessa classe de medicamentos como uma das primeiras linhas para pacientes com diabetes tipo 2 e doença cardiovascular aterosclerótica.2 A indicação está embasada em diversos estudos cardiovasculares com os análogos do GLP-1 que revelaram efeitos benéficos para os pacientes com diabetes tipo 2.3
Semaglutida no tratamento do diabetes tipo 2
A semaglutida é uma molécula análoga do hormônio GLP-1 e desde 2019 é comercializada no Brasil pela Novo Nordisk em sua versão injetável (Ozempic®) e, desde 2022, na apresentação oral (Rybelsus®). É utilizada para reduzir o açúcar no sangue (glicose sanguínea) em adultos com diabetes tipo 2 estimulando a secreção de insulina e diminuindo a secreção de glucagon, somente quando a glicose sanguínea estiver elevada.4
Atualmente, o Ozempic® é o único GLP-1 semanal para tratamento do diabetes tipo 2 e associa controle glicêmico superior com perda de peso significativa e sustentada, além de ter comprovados benefícios cardiovasculares.6-12 Estudos revelam que o tratamento com o medicamento resultou em uma redução de risco significativa de mortalidade
por causas cardiovasculares, infarto do miocárdio não fatal ou acidente vascular cerebral não fatal.5-11
Rybelsus® é o primeiro GLP-1 oral disponível no mercado, e possui uma tecnologia (SNAC) que impede a pílula de se quebrar no ácido estomacal, fazendo com que o medicamento seja absorvido pela parede do estômago, chegando à corrente sanguínea.O medicamento está disponível nas doses de 3mg (dose para titulação), 7mg e 14mg (dose de manutenção do tratamento). Deve ser tomado em jejum, ao acordar, com 120 ml de água.
Os medicamentos se tornam importante ferramenta para os pacientes, uma vez que tratar o diabetes de maneira inadequada pode ocasionar o desenvolvimento de outras doenças, comprometimento cognitivo, perda de memória e de funções executivas. “Ademais, o diabetes aumenta em duas vezes a depressão, devido à falta de insulina no cérebro”, ressalta Dr. Salles.
“Além disso, a semaglutida reduz o peso, aumenta a secreção de insulina, suprime a glicose hepática, e reduz os lipídios e a inflamação – já que o paciente com diabetes é um inflamado crônico – melhora o perfil lipídico, reduz a pressão sanguínea, tem efeitos renoprotetores e anti-ateroscleróticos”,12-16 finaliza Dr. Salles.
Foto: Reprodução
Fonte: Guia da Farmácia
Tags: Diabetes 2, riscos, saúde, semaglutida, tratamento
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