Publicado em 08 de maio de 2023 | Categoria: Notícias
Farmácias independentes e transformação digital continuam bem distantes. E uma nova pesquisa sobre o tema reforça como o setor está na contramão do grande varejo farmacêutico, cujas operações de e-commerce ganham evidência.
Levantamento do Instituto Axxus, que integra o ecossistema do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, ouviu 420 proprietários de pequenas farmácias e trouxe conclusões impressionantes.
O uso de canais online para adotar programas de fidelidade, por exemplo, inexiste em 99% dos estabelecimentos. Já 83% dos gestores do PDV sequer utilizam as redes sociais como canais de propaganda.
“A situação é ainda mais crítica entre empreendedores das regiões Norte e Nordeste. E as justificativas para não investir em inovação digital passam por restrições orçamentárias e mais dificuldades para rentabilizar as vendas”, relata Rodnei Domingues, responsável pelo estudo.
As farmácias independentes também convivem com barreiras para definir uma política padronizada de descontos. Em 99% das lojas, esses benefícios são definidos e concedidos aos clientes pelos atendentes ou por um superior. Em apenas 1% dos casos, eles são parametrizados pelo sistema.
Outro indicador relevante aponta que 92% das farmácias independentes não utilizam qualquer plataforma de marketplace. Por outro lado, com relação às modalidades de entrega, 92% afirmaram prestar esse serviço com entregador próprio. As captações de pedidos se dão prioritariamente por telefone (96%).
Mas existe luz no fim do túnel quando o assunto é o WhatsApp, que já é utilizado por 91% dos entrevistados como ferramenta de atendimento a clientes.
“O fato de o delivery não ser terceirizado acaba se tornando uma vantagem, pois a entrega tende a ser mais ágil em relação a grupos de maior porte. É isso que está dando uma sobrevida a esses PDVs”, acredita Domingues.
A pesquisa também constatou que 86% das farmácias independentes ainda registram manualmente os produtos esgotados. Além disso, em 95% dos PDVs, o sistema não está conectado com as distribuidoras. “A falta de integração eletrônica com o atacado culmina em uma compra baseada apenas em relacionamento e persuasão do que em aspectos técnicos”, ressalta.
Quase a totalidade (99%) das lojas não utiliza sistemas de cotação para auxiliar na decisão da melhor compra. Já 97% dos gestores afirmaram que o módulo financeiro não está integrado ao ERP. “Esse é o ponto mais crítico, pois inviabiliza qualquer análise mais profunda do desempenho da loja”, critica.
Foto: Canva
Fonte: Panorama Farmacêutico
Tags: digital, ecommerce, farmácia, tecnologia
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